O ACONSELHAMENTO E SUAS CONTRIBUIÇÕES

A psicologia tradicional e suas linhas terapêuticas fornece aos profissionais ferramentas indispensáveis no atendimento tanto clinico quanto organizacional. É sabido que a psicanálise veio com uma luva, e eu entendo que na psicanálise a psicologia se completa, e através da psicanálise surge uma gama de probabilidades a partir do entendimento das diversas escolas que se formaram a partir dos estudos de Freud. Todos os modelos de terapia, não tem por objetivo resolver o problema de quem procura um conselho, mas potencializa a escuta do aconselhador. Este por sua vez precisa ter uma vivencia tanto experiencial quanto intelectual. Quanto mais qualificado e dedicado for, mais insight terá sobre múltiplos assuntos e principalmente o habilita cada vez mais para escuta, tanto clinica quanto nas áreas do aconselhamento. Embora o conhecimento amplo e profundo se faz necessário, poucos terão a habilidade de exercer a profissão de forma integrativa, então cabe o mesmo se especializar em uma área, no qual mais se identifica, é importantíssimo o investimento continuo, isso permite o aperfeiçoamento e também estar atualizado quando aos estudos e pesquisas.  

O conselheiro precisa entender a dinâmica da crise (SANTOS. 2008, pg.143). Para Howard W. Stone crise é um “tempo crucial”, um “momento de virada” no decorrer de um processo. A crise, dito de outra forma, é uma reação interna, de natureza emocional, a uma circunstância externa que ameaça a pessoa (SANTOS. 2008, pg.144). No meu entender todos os profissionais de que se propõe ao trabalho de aconselhar, necessita estar qualificado para tal. O aconselhamento visa ajudar nas tomadas de decisões, enquanto que no consultório clinico envolve um nível mais profundo e tem como finalidade ajudar o indivíduo no seu processo de construir ou reconstruir sua personalidade. Toda linha terapêutica fornece um olhar, esse olhar é fruto de um observador que se dedicou e na escuta clínica, e experimentou com sucesso sua linha de análise. É esse olhar a partir do profissional qualificado oferece ao indivíduo ajuda enriquecedora no seu processo de entendimento. Esse processo possibilita uma situação de aprendizagem enriquecedora, como bem define Erickson; o bem-estar do entrevistado constitui o interesse central da situação. No caso em questão o aconselhamento. A psicologia também oferece uma estrutura bem organizada, com princípios éticos para um atendimento de sucesso. Esses códigos de conduta cabem a todo profissional, seja qual for a área de atuação. No livro ACONSELHAMENTO PSICOLOGICA, de Ruth Sheffer temos um excelente manual da pratica do aconselhamento. O aconselhamento psicanalítico é uma intervenção que consiste em ajudar uma pessoa a manter ou a melhorar a sua saúde, na adoção de um estilo de vida saudável e comportamentos de saúde (ao nível da alimentação, exercício físico, gestão do stress, etc.) e na adaptação a alterações do estado de saúde (confronto com a doença e a incapacidade), em tudo o que isto possa envolver de mudança, tratamentos e medidas de reabilitação.

Em geral o aconselhamento é usado nos meios educacionais e a psicoterapia nos meios psicológicos e clínicos, por psicólogos, assistentes sociais e psiquiatras. O aconselhamento em 90% dos casos é um processo de esperança, onde aquele que procura espera ter clareza em determinada questão. O conselheiro precisa através de seu conhecimento teórico e vivencial ajudar na compreensão de si, e não dar respostas prontas, assim seu papel é olhar de fora, mas a partir da perspectiva em tese do indivíduo utilizar-se de uma linguagem clara para que possa estabelecer uma linha de compreensão. Ter um conhecimento psicológico ou psicanalítico adequado e de preferência formação, faz do profissional um diferencial tanto no atendimento quanto na elaboração de programas e processos nas organizações, sejam privadas ou públicas.

Cezar Camargo

Teólogo, Palestrante, Coach, Consultor T&D, Assessoria & Mentoria Pessoal, Formando em Psicanálise, e Coordenador de Treinamentos na Black Tactical Training.