INFORMAÇÃO & CONSCIÊNCIA (CEZAR CAMARGO)


Consciência é o primeiro passo para a transformação. É ir além da informação. É a aceitação coerente e franca a respeito da sua própria humanidade. A informação é a reunião ou o conjunto de dados e conhecimentos organizados, que possam constituir referências sobre um determinado acontecimento, fato ou fenômeno. Um conjunto de dados tem como objetivo reduzir a incerteza ou aprofundar os conhecimentos sobre um assunto de interesse a partir do que já se possui. Ela também se refere ao esclarecimento do funcionamento de um determinado processo ou de um objeto. Por exemplo, para saber como funciona uma máquina de lavar roupa, você precisa ter acesso ao manual de instruções, que contém informações sobre o funcionamento do aparelho. Aceitar nossos pontos negativos nem sempre é fácil, a minha proposta significa não apenas listá-los ou olhar para eles, mas, sim, saber, com sentido, com sentimento, que hoje eles estão fazendo parte de você, porém não é você. É o passo para começar a trabalhar e mudar. 

Esse tema no meu entendimento é de suma importância, gosto dessa matéria, por isso utilizo sempre em meus cursos e palestras, sobre a importância nos processos de aprendizado. Segundo o dicionário de significados, a consciência é o termo que significa conhecimento, percepção, honestidade. Também pode revelar a noção dos estímulos à volta de um indivíduo que confirmam a sua existência. Está relacionada com o sentido de moralidade e de dever, pois é a noção das próprias ações ou sentimentos internos no momento em que essas ações são executadas. A consciência pode ser relativa a uma experiência, problemas, experiências ou situações. Por exemplo: Ele estava completamente viciado, mas não tinha consciência disso. O conceito de consciência está intimamente relacionado com termos como “eu", existência", "pessoa", revelando uma conexão existente entre consciência e a consciência moral. Em várias situações, pode ser o oposto da autoconsciência, onde o "eu" é o objeto de reflexão e da consciência moral.

Ao longo do tempo a filosofia abordou a consciência em duas vertentes: consciência intencional ou não intencional. Segundo Edmund Husserl (fundador da fenomenologia), a consciência é uma atividade direcionada para alguma coisa da qual há consciência. A não intencional consiste a um mero reflexo da realidade que é apresentada. Segundo Descartes, pensar e pensar que pensamos são coisas iguais (Penso, logo existo). Kant fez a distinção entre a consciência empírica, que faz parte do universo dos fenômenos e a consciência transcendental, que capacita a associação de todo o conhecimento com a consciência empírica. Hegel aborda a consciência como um crescimento dialético, que atinge um nível transcendente, alcançando a sua superação. Faz também a distinção entre consciência empírica, racional e teórica. É também importante referir que a filosofia contemporânea dá muita importância à vertente de ato da consciência, dando-lhe uma conotação mais funcional. Para conquistar essa consciência é preciso rever sua história, crenças e os aprendizados infantis que o constituíram. O reconhecimento de situações e ambientes que influenciaram seu desenvolvimento é importante, mas é necessário também questionar suas verdades, colocar seus conceitos e pré-conceitos em xeque, lembrando que o que é real não pode ser ameaçado. Se houver, com essa proposta, alguma ansiedade ou receio, essa verdade precisa ser mesmo questionada.

O que quero dizer, em suma, é que é preciso disciplina e esforço para transformar padrões comportamentais que impedem você de ser melhor. E para obter um patamar profundo de autoconhecimento é necessário contar com auxílio externo, de profissionais especializados na gestão comportamental, que irão ajudá-lo a olhar e perceber coisas que você mesmo não detecta em si. Ter consciência de si mesmo são as mais importantes ferramentas que o indivíduo pode usar para se auto liderar e gerir, por essa via saberá como potencializar todas as suas qualidades de produtividade e também terá ferramentas para lhe dar com seus pontos fracos. Os pontos fortes nos habilitam para cumprirmos nosso propósito, e nossos pontos fracos nos ensina ser humildes e a compreender que estamos em construção.  

Cezar Camargo
Palestrante, Coach, Formando em Psicanálise Clínica 

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